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Pilates é um sistema utilizado por muitas pessoas com metas e objetivos diversos. Como resultado, ele cai na “zona cinzenta”, com pessoas classificando-o apenas como exercício e muitos o rotulando apenas como um tipo de reabilitação.

Então, o Pilates é realmente uma reabilitação?

Hoje muitos especialistas em Pilates vão dizer: “Sim e não”.

Vou me afastar radicalmente de tal declaração.

A minha resposta é: “Não e sim”.

Vamos começar com as diretrizes do Método.

Pilates tem um objetivo definido de prática, conforme descrito pela principal organização que representa milhares de instrutores de Pilates em todo o mundo, conhecido como o Pilates Method Alliance (PMA). Este âmbito da prática descreve o que pode e não pode ser feito pelos professores qualificados. Uma rápida visão geral desta diretriz esclarece que os instrutores podem “treinar”, mas não “tratar”. Eles não podem diagnosticar. Eles podem administrar exercício, mas não terapias que caem sob a alçada dos quiropráticos, fisioterapeutas, massagistas e outros profissionais médicos licenciados.

E, no entanto, um grande número de pessoas lesionadas aparece buscando o Método como intervenção terapêutica do exercício seguro e inteligente que é o Pilates.

Com isso fora do caminho, deixe-me elaborar sobre o meu “Não”.

Pilates é exercício. Pilates é treinamento de resistência. O objetivo do Pilates é tanto aumentar o desempenho na função diária bem como melhora da performance atlética, se assim você definir.

Pilates proporciona força, mobilidade, agilidade, equilíbrio, postura, alinhamento e muito mais. É um treinamento corporal completo dentro de um paradigma limitado.

Você vai correr mais rápido por causa do Pilates? Provavelmente não.

Você estará mais consciente do seu alinhamento e forma por causa de Pilates? Absolutamente.

Isso pode torná-lo um melhor corredor?

Sim, pode, de fato.

Pode o Pilates curar seu cotovelo de tenista?

Não.

Podem os exercícios de Pilates treinar o resto do seu corpo, enquanto seu cotovelo está fora de combate?

Sim.

Quando seu cotovelo estiver curado, você poderá ser mais consciente sobre como usar o seu corpo de forma segura e simétrica por causa do Pilates?

Sim! Você pode.

No final das contas, uma qualificação como instrutor de Pilates não é uma licença para curar. E, novamente, instrutores legalmente não podem e não devem diagnosticar ou tratar, dois elementos básicos de reabilitação.

Isso resume o meu “Não”.

Mas o que dizer do meu “Sim”?

Vamos retornar comigo no tempo para as origens da técnica de Joe Pilates. Joe chamou seu método de “Exercício Corretivo”. Uma das frases originais afixadas na porta do Studio dizia: “Corrigir, Desenvolver e Transformar”. Os estúdios de Pilates inicialmente tinham uma longa história de convidar as pessoas com incapacidades ou inaptidões para corrigir, desenvolver e transformar largamente as partes do corpo.

Uma das histórias mais antigas e de maior sucesso de Joe envolveu a recuperação de Eve Gentry de sua dupla mastectomia radical. Apesar de ter sido deixada com o uso limitado de seus braços, ela voltou a praticar Pilates e tornou-se uma aluna icônica, ao recuperar o movimento completo e desenvolver um alto grau de força.

Este patrimônio é importante porque estabeleceu as bases para os formadores de Pilates do futuro. Este é um grupo de pessoas com um elevado grau de interesse no corpo e um incomparável interesse na qualidade do movimento.

Programas de formação de professores de Pilates são muito mais longos do que as certificações de personal trainer comuns. Professores de Pilates rotineiramente estudam anatomia, buscam educação continuada e treinamentos adicionais.

Se você tem sido um paciente de um fisioterapeuta, você pode ter visto professores de Pilates ou equipamentos de Pilates em sua clínica. Fisioterapeutas reconhecem os benefícios exclusivos do alinhamento e ganho de força com molas. O Pilates é simplesmente uma modalidade adicional ou modo de tratamento que os terapeutas podem optar por incluir em seus planos de tratamento. Não dizemos que o Pilates é reabilitação, mas que elementos de Pilates podem ser eficazes no contexto de um programa de reabilitação completa.

Sabemos que o próprio movimento cura. E movimento consciente ainda mais. Junte isso ao treinamento de resistência consciente com o foco cuidadoso de um instrutor altamente qualificado e terá criado um ambiente totalmente terapêutico; um ambiente onde qualquer pessoa com uma deficiência ou limitação iria progredir e prosperar.

Assim, o Pilates não é da reabilitação e não deve substituir o papel da fisioterapia, Pilates é um complemento adicional valioso para o seu fisioterapeuta e uma ferramenta de pós-reabilitação fantástica.


Por Alycea Ungaro, PT, MS
Fonte: https://www.verywell.com/the-pilates-debate-is-pilates-for-rehab-4019136
Tradução: Karla Relvas